Escala Mohs
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Escala Mohs: tudo sobre a dureza dos minerais

A escala Mohs ordena a dureza dos minerais com base em sua capacidade de riscar ou ser riscado (seguindo o princípio de que os minerais de dureza mais elevada riscam os de menor dureza).

A escala Mohs é ordenada de forma ascendente, situando o talco como número 1, isto é, o mineral mais macio, e relacionando o diamante com o número 10, ou seja, o mais duro de todos.

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Entretanto, isso não significa que o diamante seja 10 vezes mais duro do que o talco, pois a escala Mohs é uma classificação de dureza relativa e não proporcional. Se você quer entender mais sobre o assunto, continue por aqui. Boa leitura!

O conceito de “dureza”

Dureza é a resistência que um material opõe ao ser arranhado por outro. Outra definição (mais técnica) seria: a capacidade de um material resistir à deformação plástica quando uma força lhe é aplicada. O termo também pode se referir à resistência a arranhões, abrasão, corte e/ou penetração.

A dureza, portanto, é a propriedade que confere aos minerais a capacidade de resistir à permanente deformação quando é submetido a uma força oposta.

Desse modo, a dureza é muito importante, por exemplo, para a engenharia, uma vez que a resistência ao desgaste (seja por fricção ou erosão por vários elementos) geralmente aumenta com a dureza. De fato, quanto maior a dureza do metal, maiores são as chances de preservar sua estrutura ao longo do tempo.

As medidas de dureza mais importantes são:

  • dureza ao risco: mede a resistência de uma amostra à fratura ou deformação plástica permanente devido ao atrito de um objeto pontiagudo. A escala Mohs é usualmente empregada para realizar essa medição;
  • dureza à penetração: mensura a resistência de uma amostra à deformação do material devido à aplicação de força constante por um objeto pontiagudo. As escalas de dureza à penetração incluem Rockwell, Vickers, Brinell e Shore;
  • dureza de rebote: mede a altura do “rebote” de um martelo com ponta de diamante quando solto de uma altura fixa sobre determinado material. O teste de dureza Leeb e a escala de Bennet são comumente utilizados para mensurar a dureza de rebote;

Há diferentes escalas de mensuração individuais dentro de cada uma dessas classes de medição. Todavia, para avaliar a dureza dos minerais, a melhor e mais usada é, sem dúvida, a escala Mohs.

Escala Mohs

Escala Mohs

A escala Mohs é uma das mais antigas formas de mensurar a dureza. Ela foi criada pelo mineralogista alemão Friedrich Mohs em 1812. O teste desenvolvido por Mohs envolve observar se a superfície de um determinado mineral pode ser arranhada por outra substância ou material conhecido com uma dureza já definida.

Dessa forma, a escala Mohs tornou-se um dos mais importantes testes para a identificação de amostras minerais. Consiste na comparação da resistência de um mineral a ser riscado por dez minerais de referência conhecidos como a “escala de dureza de Mohs” – razão pela qual se diz que é um teste relativo.

Um kit de laboratório para a aplicação prática da escala Mohs contém:

  1. talco;
  2. gesso;
  3. calcita;
  4. fluorita;
  5. apatita;
  6. feldspato;
  7. quartzo;
  8. topázio;
  9. coríndom;
  10. diamante.

Embora o diamante não seja incluído em muitos kits disponíveis no mercado – devido ao seu alto custo – o resto dos materiais são baratos e de fácil obtenção.

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Medição da dureza

A partir do fato de que a dureza deve ser entendida como a resistência de um material a ser riscado, o teste é realizado colocando uma extremidade de um mineral anterior na escala Mohs (que, em nosso exemplo, chamaremos de “A”) sobre uma superfície não marcada de outro mineral (ou mineral “B”).

Confira, a seguir, as quatro situações que você pode observar ao comparar a dureza de duas amostras:

  • tentamos arranhar o mineral B com o mineral A. Se não soubermos nada sobre a dureza de B, começaremos com o mais macio (ou menos duro), qual seja, o talco;
  • se o mineral A (talco) não arranhar o mineral B, então, B é mais duro do que o material A;
  • em seguida, determinamos como A um mineral mais duro, por exemplo, o gesso;
  • se o mineral A (gesso) não riscar o mineral B, então, B é mais duro do que o mineral A.

Escala Mohs

Seguimos assim, sucessivamente, até que o mineral A seja capaz de arranhar o mineral B. A dureza da amostra estará entre o mineral mais duro que não a arranhou e aquele que o conseguiu.

Se, por exemplo, temos uma amostra B que não arranha a apatita, mas é capaz de arranhar o feldspato, isso significa que a amostra possui uma dureza entre 5 e 6, de acordo com a escala Mohs. Fácil, não é mesmo?

Se as duas amostras forem iguais em dureza, nenhuma será arranhada. Contudo, é preciso ter cuidado, à medida que pequenos arranhões podem ocorrer e dificultar a tarefa de determinar se os minerais são de dureza equivalente ou não.

O teste é muito simples de fazer, uma vez que pode ser realizado com suas próprias mãos, simplesmente pressionando e arrastando a amostra de dureza conhecida contra o mineral a ser investigado.

Caso a dureza da amostra investigada seja de 5 ou menos, você deve ser capaz de produzir um arranhão sem aplicar grande esforço. Entretanto, se a amostra tiver uma dureza de cerca de 6 ou mais, a produção de um arranhão exigirá a aplicação de uma quantidade maior de força, além de requerer certa habilidade.

Algumas pessoas utilizam outros minerais cuja dureza é conhecida para fazer o teste sem muita precisão. Por exemplo, as unhas têm uma dureza entre 2 e 2,5 na escala Mohs. Uma moeda de cobre tem uma dureza de 3, uma faca de cozinha, de 5,5, e um copo de vidro de 6,6.

Atualmente, o diamante não é o material mais duro conhecida, porém, aqueles que o superam são muito mais raros. Pesquisadores descobriram que o nitreto de boro, a lonsdaleíta e até o grafeno podem ser mais duros que o diamante.

É improvável que você encontre um mineral mais macio que o talco. No entanto, alguns metais podem ser ainda mais macios, tais como o césio, o rubídio, o lítio e o potássio.





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