Você deve conhecer a turmalina. Se nunca a viu, já deve ter ouvido falar. Porém, a turmalina paraíba é uma pedra muito mais exótica do que você imagina. De uma cor azul inconfundível e com um brilho incrível, estamos falando de uma pedra que, hoje, é considerada a mais rara do mundo.
A história da turmalina paraíba
Foi em 1980 que essa beleza em forma de pedra foi encontrada pela primeira vez. Como você já deve imaginar e como o próprio nome indica, a turmalina paraíba foi descoberta no estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil, mais precisamente no distrito de São José da Batalha, localizado no município de Salgadinho, região metropolitana de Patos.
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Na época, a mina onde a rara pedra foi encontrada estava sob supervisão de Heitor Barbosa que, por sua vez, já estava trabalhando no local há cerca de 8 anos.
O momento de desconfiança
O primeiro exemplar encontrado da turmalina paraíba era de um azul muito intenso, nunca antes observado nas turmalinas comuns conhecidas até então. Na época, muitos pensaram tratar-se de uma falsificação.
Foi para elucidar as coisas que, em 1989, 9 anos após sua descoberta, a pedra foi enviada para o maior laboratório de pedras de todo o mundo, o Instituto de Gemologia da América, localizado nos Estados Unidos. Depois de algumas análises, concluiu-se que se não se tratava de uma falsificação, mas sim de uma pedra nova, nunca vista antes.
Hoje, os exemplares mais bonitos continuam saindo de São José da Batalha. No entanto, existem também outras duas minas na região, porém, do outro lado da divisa, Rio Grande do Norte. Na África, mais precisamente em Moçambique e na Nigéria, existem também mais duas minas onde é possível encontrar a turmalina paraíba.
Sendo assim, a turmalina paraíba é encontrada em apenas 5 minas em todo o planeta. Sua produção é realmente escassa, na verdade, quase extinta, o que a torna cada vez mais cara e cobiçada – e o que nos leva ao próximo tópico.
Cara e muito cobiçada
No Brasil, onde são produzidas outras pedras raras além da turmalina paraíba como, por exemplo, as esmeraldas verdes e o topázio imperial, existem algumas poucas joalherias que têm algumas peças com essa pedra preciosa. Como é de esperar, elas são guardadas a sete-chaves e são para poucos: cada exemplar pode chegar à casa dos R$ 3 milhões.
No exterior, a pedra é ainda mais cobiçada. Grandes grifes como H.Stern, Dior e Tiffany vendem exemplares de joias com apenas uma turmalina paraíba por cerca de R$ 3,07 milhões.
Os diamantes, que sempre foram as pedras preciosas mais cobiçadas do mundo, perderam espaço para a turmalina paraíba. Enquanto os diamantes custam, em média, 60 mil dólares por quilate, a turmalina paraíba apresenta um valor inferior, mas ainda assim considerável: cada quilate custa, aproximadamente, 30 mil dólares – mas dependendo das características, esse valor pode chegar à casa dos 100 mil dólares.
Composição e características
Uma das grandes características que diferem a turmalina paraíba das outras turmalinas é a presença do cobre em sua composição química. É justamente esse composto que confere à pedra o tom azul tão intenso e o brilho tão único e incomparável – essa pedra é tão incrivelmente bela que parece até emitir luz. Essa mesma composição também pode ser encontrada nas pedras encontradas na África.
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Além de grande quantidade de cobre, a turmalina paraíba também possui manganês e ferro em sua composição.
Embora seja encontrada em maior quantidade na cor azul intenso, a turmalina paraíba também está disponível em quase todas as cores do arco-íris. Essas são ainda mais raras.
Outras pedras preciosas encontradas no Brasil
Esmeraldas
Embora as primeiras esmeraldas tenham sido descobertas há aproximadamente 5 mil anos no Egito, hoje, é do Brasil que saem os melhores exemplares.
Em nosso país, uma das principais áreas de extração está localizada na serra da Carnaíba, no estão da Bahia. Lá, o mineral foi encontrado pela primeira vez em 1963.
A cor de uma esmeralda pode variar desde um verde mais pálido até um verde mais intenso e cheio de brilho. Porém, também é possível encontrar exemplares dessa pedra preciosa em tonalidades amareladas ou azuladas.
Como é de se imaginar, as pedras mais valiosas são aquelas de verde puro e intenso ou pouco amareladas. Além disso, a pedra possuir rachaduras ou impurezas ou ser muito transparente também são fatores que interferem em sua avaliação.
Topázio imperial
Se a turmalina paraíba, que pode ser encontrada em 5 minas, 3 no Brasil e 2 na África, já é tão rara e cobiçada, imagine só o topázio imperial. Essa gema, que possui um brilho irresistível, atualmente só pode ser encontrada em um local no mundo todo: Ouro Preto, Minas Gerais.
É nessa região que, há mais de 200 anos, jazidas são exploradas em busca dessa que, de acordo com relatos, é uma das pedras que mais fascinaram D. Pedro I, ainda lá no século XIX. Dizem, portanto, que é justamente daí que nasceu seu nome: “topázio imperial”. Entretanto, outros acreditam que a gema foi batizada no período dos Czares (entre 1547 e 1917), na Rússia, onde, supostamente, os primeiros topázios imperiais foram encontrados.
É considerado um topázio imperial somente a gema que apresenta as cores amarela, rosa, laranja, lilás e vermelho cereja. Dentre essas variações, a lilás é a mais rara e cobiçada.
Água-marinha
Essa variedade do berilo pode ser encontrada em vários locais no mundo todo, porém, cerca de 90% das gemas de água-marinha estão no Brasil, principalmente nos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Rondônia.
Foi em Minas Gerais que, em 1950, encontrou-se o que, na época, era maior exemplo de água-marinha já registrado, com cerca de 110 kg e dimensões de 48,5cm de comprimento e 42cm de diâmetro. Por sua beleza, a gema ganhou o apelido de “Martha Rocha”, a Miss Brasil daquele ano.
Em 1983, no Rio Grande do Norte, descobriu-se um novo exemplar de água-marinha, ainda maior, com cerca de 149,1 kg e dimensões de 52,1cm de comprimento e 52,3cm de diâmetro.
Sua cor pode variar desde o azul claro até o azul esverdeado, passando também por tons mais comuns de azul, azul intenso ou azul escuro.
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